Como se não tivesse acontecido.
Tudo começou em uma noite estrelada, quando dentro da casa amarela ouviu-se em alto e bom som, gritos e murmúrios. A cena se passava em um quarto escuro, com iluminação de velas. E o inesperado vinha da cidade grande, em busca de uma quantia que pessoas lhe deviam.
Chegando e após algum tempo na cidade pequena e distante, se deparou com a casa amarela, onde ali acabou muitos anos de uma relação. Por mais que ele ainda não havia deixado de ama-lá e não aceitasse o fato. Parando logo em frente, o silêncio tomou conta de si, ficou pasmo e incrédulo, ouviu o que estava passando na casa, sons de sua amada com outro homem. Ele tinha uma firme dureza, nada o abalava, mas esse era o ponto mais fraco e não via condições de acabar com aquele sentimento. Tentou parecer calmo e logo em seguida a solidão e ao mesmo tempo a raiva tomou conta de si.
Saiu do carro com o revólver que ele guardava na mão, quebrou a fechadura da porta da frente e foi em direção ao quarto, escancarou a porta do quarto, sentia a fúria e o sangue ferver. Em seguida, sacou o revólver em direção ao homem e disparou, ao olhar para ela, via as lágrimas caírem em seu rosto e escutava a sua voz bem ao fundo suplicando por sua vida. Ela estava assustada e trêmula, e oferecia uma conversa naquele momento de desespero, ele nem sequer quis saber, só sentia raiva e um aperto forte, desviou o olhar rapidamente olhando para o corpo do homem na cama, e olhou para ela novamente com uma lágrima de "sinto muito" e disparou. Saiu dali o mais rápido possível antes que fosse notado por vizinhos ou qualquer pessoa.
Sentia-se horrível, com uma vontade absurda de pular de qualquer coisa alta o bastante para ele se jogar. Desesperado, ligou para uma amiga que morava um pouco distante dessa cidade pedindo para passar o resto da noite lá e contou tudo. Ela pensou duas vezes, mas acabou aceitando, por serem quase irmãos um para o outro. Ele foi rapidamente.
Chegou lá e foi tratado muito bem pelos pais da moça, pessoas totalmente do bem e humildes, que nem sequer imaginavam o que ele havia acabado de fazer. Ele fez tudo sem pensar nas consequências e mesmo desesperado, tentava passar um ar de tranquilidade para eles não desconfiarem.
No dia seguinte,antes do amanhecer, agradeceu a família. Os pais ficaram desconfiados por ele ter que ir naquele horário, mas não comentaram nada. Ele tentando disfarçar um pouco disse: "é coisa de trabalho". E pegou a estrada de volta para casa, fugindo de tudo que pudesse o incrimar.
Texto de Dapheny Cardoso
Turma 2° ano de Edificações
domingo, 11 de junho de 2017
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